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segunda-feira, 18 de abril de 2011

my Northanger Abbey

Primeiro: Desculpem o enorme atraso, mas as férias acabaram tão depressa que me deixaram tonta... Mais tonta. 

De volta ao mundo Janeano:

Northanger Abbey!

Que livro lindo! Sei que muitos não apreciam tanto esse, e já ouvi muitas pessoas dizendo que de todas as obras de Jane A abadia de Northanger é aquele que menos gostam! Bem, eu não posso dizer isso, e nem tampouco dizer qual gosto menos. Nem sei se existe dentre eles um o qual eu gosto menos, também não quero pensar sobre isso... Gosto diferentemente de cada um. Sim, é verdade. Tem um ou dois que são meus favoritos, mas isso acontece devido à identificação que tenho – como todos as pessoas – com alguns personagens do conto. Mas não posso desgostar de um deles por isso. Seria injusto com a história e com todo o resto do enredo tão bem montado.

Resenha:
O que posso dizer? Resolvi fazer não uma resenha científica – por que nem tenho calibre para isso – mas uma resenha simples com destaque de alguns pontos sobre o livro e uma pequena relação com um dos filmes a seu respeito.

Por ser a primogênita das obras, naturalmente contem as primícias da autora e de sua habilidade como escritora. A Abadia de Northanger apresenta características que Jane Austen aprimorou com o passar dos tempos, e outras que ela decidiu extinguir de sua maneira de compor as histórias. No entanto, o livro é uma obra que apresenta novas maneiras de escrever a língua inglesa, e relata com graciosidade, através da análise do caráter dos personagens e das circunstancias, as raízes e a natureza das atitudes das pessoas, e das normas e condutas no qual Jane estava inserida. A análise de atitudes não foi originada com Jane, era uma tendência dos romances da época, mas a forma como ela constrói essa análise pode ser observada como nova. Por isso seus romances têm grande veracidade e são mais relembrados e retratados nos dias de hoje, comparado às outras obras contemporâneas às de Austen. Portanto, como escritora ela abre novos horizontes para a maneira de escrever, de retratar, e de ironicamente contar as bases das ações de suas personagens. E como registro histórico ela deixa documentado, com grandeza e elegância, uma panorama de sua época.

Não vou prolongar muito o aspecto dos autores anteriores à Jane, mas vou acrescentar que minha apreciação ao personagem de Isabella, e a maneira que Jane a descreve em A Abadia. Suas falas, entonações e atitudes são de um requinte tão corriqueiro e tênue percepção, que sempre tenho alguém para comparar a ela dentro de minhas experiências. Aprecio demais a maneira descritiva em como a debochada e dissimulada de Isabella tentar conquistar tudo que deseja. É impressão minha ou poderíamos chamar o Machado de Assis (meu absolutamente favorito na literatura brasileira) e contar a ele que encontramos a irmã gêmea de Capitu? Não quero dizer muita mais, pois estou guardando bagagem para o clube de leitura. A personagem principal, nossa “heroína Catherine” - como Jane a chama - é um exemplo da ingenuidade com a pureza de coração mais bonita que já vi. E apesar de querer sacudi-la uma vez ou outra, tenho-a em meu coração. Será que é essa a razão pela qual Jane a tem como heroína? Por ela buscar as preciosidades da vida na verdade, na honestidade, na educação, na ponderação e no amor? Por ela não se deixar comprar, mas deixar os sentimentos verdadeiros tão livres e soltos em suas entranhas? Isso é algo que só Jane poderia responder. Mas eu sei que foi exatamente por essas razões que Catherine conquistou meu coração.
Vamos relaciona-lo ao filme baseado nessa obra, dirigido por Jon Jones e lançado em 2007. Devo dizer que gostei muito do filme em si, e que esperava um pouco mais da personagem Isabella, mas o filme ganhou graciosidade. Simpatizei-me com final “encorpado” que colocaram, e dos atores em geral. Considerei de bom tom a salientada que deram ao general Tilney no filme, pois ele quase não fala ou aparece no livro. Ele passou de personagem misterioso a um personagem galanteador e exposto. Eu gostei, não sei a opinião de vocês. A respeito do filme ainda, devo colocar aqui também minha admiração pela atuação de J.J. Feild no papel de senhor Henry Tilney. Gostei muito mais dele no filme do que no livro. Encontrei-o tão distinto quanto no livro, mas durante o filme, todo o embaraço e nevoeiro que me separava do senhor Tilney, transformou-se em purpurina, e eu posso dizer que se ele me pedisse hoje, eu o aceitaria. Ai! Mas que vexame.... Estou fazendo papel de oferecida! Tudo bem. Para homens como o senhor Tilney, pode ser.

Queridos amigos lunáticos, gostaria de sugerir esse filme (para aqueles que ainda não viram) e espero encontra-los na próxima postagem.

Sobre a letra escolhida para o blog, eu vou seguir a dica de meu amigo e re-escolher uma fonte menos poluída.

Com amor janeano,

Mia