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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Segundo Encontro - A Abadia de Northanger

Nossa, pessoas! Olha como estou perturbada! Eu já tinha feito a post sobre o primeiro encontro, claro!!!!!
Sem comentários!

Agora, vamos ao segundo encontro então:

A Abadia de Northanger (Northanger Abbey) - Preceptora: Sa

Participantes: Mia, Sofie, Ale, Dircilene, Miss Mary Mackenzie, Sa e Angeli.

Bem, o encontro foi no terceiro andar do tradicional Café Girondino na rua São Bento. Só o cenário já dizia por si só o clima em que entraríamos. Chegamos, a maioria de nós, debaixo do maior sol, e nos refugiamos então no charmoso e tradicional Café Girondino. A moça que estava à porta, sem saber o que faríamos, nos colocou na mesa mais antiga do lugar. Ao lado de um móvel que parecia ter saído de um filme anterior a Charlie Chaplin. Era como se estivéssemos no túnel do tempo...


Como começamos bem, a Sa mal podia se agüentar para iniciar a discussão, e começamos com a personagem principal: Catherine Morland. Como Jane começa o livro já dizendo os defeitos de Cathy e ainda assim a chamando de heroína. Abordamos vários assuntos do mundo da Abadia de Northanger, e ressaltaria aqui alguns os mais interessantes:

Primeiro, que eu coloquei que Jane destaca os defeitos de Cathy pois pretende humanizar a idéia de heroína. Como se ela pudesse ser qualquer uma de nós. Qualquer leitora.
Dircilene acrescentou que A Abadia de Northanger é um romance que analisa o Romance daquela época. Como os contemporâneos, ele é classificado de 'Romance Gótico'. Tinha-se a idéia de que esses romances ( novels ) eram um material de leitura para mulheres, pois apresentavam conteúdo fácil e superficial. A personagem Catherine é o modelo típico da leitora dessa categoria de romance da época. E dentro disso, Jane faz uma análise e crítica a respeito do “o que aborda esse tipo de literatura?” e “o que ele pode causar ou influenciar?”.
Outro ponto sugerido foi que uma das mensagens do livro seria a de que os romances como aqueles que Cathy lia - para entretenimento e diversão - nunca devem ser trazidos à realidade de nosso cotidiano. Mesmo porque, ele provavelmente não teria o mesmo desencadear, e não propõe um real exame das circunstancias e pessoas. Quando desejamos enxergar a nossa vida através de uma romance desse tipo (que ainda enchem as prateleiras das livrarias), acabamos por ficar ansiosas e vulneráveis. O romance de cabeceira deve ser para entretenimento apenas; e talvez introspeção.

Outro destaque interessante foi o paralelo que fizemos entre Cathy e Luiza de Eça de Queiroz. Luiza, mais ou menos como Cathy, lia os romances apaixonados e acabava ávida por viver àqueles sentimentos (ou sentimentalidades) em sua vida, e como não os tinha (não do modo estridente que os romance geralmente carregam) deixou-se levar por um dos maiores cafajestes da literatura, o primo Basílio. Claro que existem diferenças de personalidade e condições sociais entre as duas moças, no entanto a leitura sem uma separação de princípios básicos do romance galante as influenciou semelhantemente a desilusões graves. Guardando as devidas proporções.

Falamos um pouco de personagens favoritos, e eu não podia deixar de destacar minha Isabella Thorpe e seu delicado irmão, John. Claro que Isabella tem uma forma espaçosa de obter a atenção de todos! É natural dela... Lembramos como a dama é excessivamente segura de sua beleza e inteligência, e acabou vencida justamente por esse desfreio de vaidade. Como eu já tinha feito na resenha que publiquei sobre A Abadia, chegamos a compara-la com Capitu, de Machado de Assis. O que é quase um crime, eu sei! Pois Isabella não chega nem aos pés, ou melhor aos cílios dos olhos de ressaca da melindrosa Capitu. Mas! Ela definitivamente está a caminho de ser sua aprendiz. Claro que muitos vão se ofender com isso, mas não me interprete mal, apesar dos erros toscos de Isabella, eu acredito piamente que ela um dia possa ser a meia-irmã de Capitu. Se fôssemos então começar a falar do lindo John Thorpe e todo o seu bom-senso acho que ficaríamos aqui até a próxima post... Mas, sinceramente, acho que ele não faz jus a uma vírgula sequer. Ele já se utilizou de várias no livro, muito mais do que merecia.

E para finalizar nosso maravilhoso encontro, demos uma passada no mosteiro de São Bento, que estava aberto, e nos imaginamos na Abadia de Northanger. Foi incrível! Lemos as mensagens em latim e tentando traduzi-las, de repente, nos achamos espalhadas no tempo e no espaço num piscar de olhos. Pudemos até supor assassinatos e crimes nas catacumbas e saletas escuras do misterioso mosteiro.

Bem, flores do jardim de Jane, quero dizer que estou demais de ansiosa para o nosso terceiro encontro, que será sobre o espetacular Persuasão, o qual a Dircilene será a preletora. Esse próximo encontro, deve acontecer no início de Maio. Por isso, vamos relendo o extraordinário Persuasão e até lá!

Foi um desmedido prazer repartir essas palavras com vocês. Como sempre!

Mia -^.^-

                                             Aqui Angeli já tinha ido


Ps: Sentimos muita falta de nossa Wandinha! No entanto, queremos que saiba, amiga, que durante todo o encontro você esteve em nossos corações!