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quarta-feira, 1 de agosto de 2012


Meninas e amigas, flores lindas do jardim de Jane!

Eu devo dizer que o quarto encontro foi algo muito, mas muito maravilhoso! A preceptora era Di, e como sempre, ela nos deu um estudo sobre literatura. Nesse caso, a melhor literatura! (na minha opinião, claro! :)
Marcamos na mimosa padaria Pão de Ló, com suas guloseimas de engordar em dois olhares até Gisele Bundchen, e uma companhia adorável!  

Vamos lá!
Último romance completo de Jane, publicado póstumamente em 1818.
Começamos dizendo que se pode ler Jane como uma simples história de amor, no entanto o mais importante (necessário até) é entende-la como uma reflexão social. Não podemos nos esquecer disso! 
Os tipos criados, são os tipos com quem ela conviveu.

Baronete, título do pai de Anne Elliot, Baronete Sir Walter Elliot, era um título quase como Barão, título de nobreza, que poderia ser adquirido por família ou concedido como herança. 

Como esse romance vem do final da vida de Jane, ele chega despojado das ilusões da primeira juventude. Sua heroína Anne não tem nada de Cinderela. Ela é uma mulher madura, que reflete as escolhas do passado. 
Percebe-se que suas atitudes quanto ao rompimento do noivado com o cavaleiro Wentworth foram tomadas pelo medo da insegurança no futuro - considerando a posição das mulheres naquele época.
Já sua irmã, Elizabeth Elliot, expressa bem o orgulho e a vaidade que o pai Baronete transbordava.... O que era aquele homem e os espelhos? 
Mary Elliot, por sua vez, não tem discurso algum a não ser a repetição da sociedade. Bem, é o que ela é capaz de fazer, não é? Repetir! Pobrezinha...
Lady Russell, uma personagem interessante - palavras de Di - ela tem consciência de muita coisa, contudo é por demais presa às regras sociais. 

Di ressalta que essa época em que o livro foi escrito é uma época de transição para o casamento - regrado pelas condições sociais imposta a homens e mulheres. O casamento por amor, extremamente raros, começa a surgir mais.
Lembramos ainda que a noção do amor romântico (aquele amor idealizado) nasceu na idade média, com a literatura de cavalaria, a literatura cortês, por volta do século 10-11, acrescenta Di. Começando na França e Espanha e ligado com o culta à Maria.

Comentamos também, com longos risos, sobre a consumação praticamente pública dos casamentos daquela tempo....

Das leituras de Di, ela também ressalta a observação de um psicólogo: “a manutenção do ideal do amor romântico pela Anne Elliot reflete a preocupação que Jane Austen tinha em mostrar a sobrevivência do indivíduo sensível dentro de uma sociedade medíocre.” Anne é o espelho de uma pessoa sensível que geralmente se isola, e que dentro de sua observação consegue entender a base das atitudes da maioria das pessoas.

Os Musgrove são pessoas boas, mas não têm noção de nada além de seu círculo social.

O Benwick é o próprio retrato o amor romântico, diz Di. Aqui notamos que a poesia ainda é mais importante do que a prosa naquela época. A prosa estava em ascensão.

Outro detalhe muito importante foi a comparação entre Wentworth e anteriores a ele. Assim como Anne não foi retratada como a Cinderela, Wentworth também não foi retratado como o príncipe encantado, seus traços deixam bem claro que ele é homem. Mr.Darcy e Mr.Tilney foram descritos mais próximo desse ideal masculino juvenil, no entanto Wentworth carrega as caraterísticas e atitudes de um homem, por vezes bem arrogante e magoado, por vezes incompreensível e instável.

Di fez mais uma colocação de suas leituras, e começamos um debate através dela:
Por que ainda lemos Jane Austen hoje em dia?
Não porque conseguimos comparar a nossa situação com a daquela era, mas pelo nível de observação registrado em suas obras. Conseguimos encontrar as equivalências observadas por ela e perceber sua extrema atualidade. Principalmente nesse livro a mediocridade da sociedade, os personagens tipos que continuam nos rondando (nesse cenário estamos para Jane, como… Deixa pra lá! … Brincadeira!) etc.

Jane Austen é simplesmente brilhante! E como muitos já disseram, ela nos ajuda a desenvolver um olhar analítico; ela pode ser considerada nossa lente de aumento para os detalhes fundamentais que passariam desapercebidos e nos causariam muitos problemas. Ela nos ajuda a entender a natureza humana.


Aqui vai também, um vídeo que fiz para nosso casal: Anne e Cap. Wentworth.
Espero que gostem!

Bjs em seus corações,
Mia


Ps: Ale e Manu, eu gravei o audio para vcs, tá? 

terça-feira, 31 de julho de 2012

Magina, quanto tempo!

Olhá só quanto tempo eu demorei para escrever sobre o quarto encontro com o terceiro livro: Persuasão.   Justo Persuasão!!! ...


Acalmem-se, meninas! Ela demorou, mas já chegou com a corda toda!
Devo acrescentar aqui - já que estamos no que é o jardim janeano e por isso o lugar mais indicado: Minha amiga e meia-irmã Jane terá de me desculpar, mas acho que estou apaixonada pelo irmão dela! Sim, lendo uma das biografias de Jane (Jane Austen - a Life, de Claire Tomalin), eu não pude evitar... Como ela mesma diz: Oh! What a Henry!


Bem, voltando, voltando... Vamos à postagem exclusiva para o encontro de Persuasão.


Bjs,
Mia

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Segundo Encontro - A Abadia de Northanger

Nossa, pessoas! Olha como estou perturbada! Eu já tinha feito a post sobre o primeiro encontro, claro!!!!!
Sem comentários!

Agora, vamos ao segundo encontro então:

A Abadia de Northanger (Northanger Abbey) - Preceptora: Sa

Participantes: Mia, Sofie, Ale, Dircilene, Miss Mary Mackenzie, Sa e Angeli.

Bem, o encontro foi no terceiro andar do tradicional Café Girondino na rua São Bento. Só o cenário já dizia por si só o clima em que entraríamos. Chegamos, a maioria de nós, debaixo do maior sol, e nos refugiamos então no charmoso e tradicional Café Girondino. A moça que estava à porta, sem saber o que faríamos, nos colocou na mesa mais antiga do lugar. Ao lado de um móvel que parecia ter saído de um filme anterior a Charlie Chaplin. Era como se estivéssemos no túnel do tempo...


Como começamos bem, a Sa mal podia se agüentar para iniciar a discussão, e começamos com a personagem principal: Catherine Morland. Como Jane começa o livro já dizendo os defeitos de Cathy e ainda assim a chamando de heroína. Abordamos vários assuntos do mundo da Abadia de Northanger, e ressaltaria aqui alguns os mais interessantes:

Primeiro, que eu coloquei que Jane destaca os defeitos de Cathy pois pretende humanizar a idéia de heroína. Como se ela pudesse ser qualquer uma de nós. Qualquer leitora.
Dircilene acrescentou que A Abadia de Northanger é um romance que analisa o Romance daquela época. Como os contemporâneos, ele é classificado de 'Romance Gótico'. Tinha-se a idéia de que esses romances ( novels ) eram um material de leitura para mulheres, pois apresentavam conteúdo fácil e superficial. A personagem Catherine é o modelo típico da leitora dessa categoria de romance da época. E dentro disso, Jane faz uma análise e crítica a respeito do “o que aborda esse tipo de literatura?” e “o que ele pode causar ou influenciar?”.
Outro ponto sugerido foi que uma das mensagens do livro seria a de que os romances como aqueles que Cathy lia - para entretenimento e diversão - nunca devem ser trazidos à realidade de nosso cotidiano. Mesmo porque, ele provavelmente não teria o mesmo desencadear, e não propõe um real exame das circunstancias e pessoas. Quando desejamos enxergar a nossa vida através de uma romance desse tipo (que ainda enchem as prateleiras das livrarias), acabamos por ficar ansiosas e vulneráveis. O romance de cabeceira deve ser para entretenimento apenas; e talvez introspeção.

Outro destaque interessante foi o paralelo que fizemos entre Cathy e Luiza de Eça de Queiroz. Luiza, mais ou menos como Cathy, lia os romances apaixonados e acabava ávida por viver àqueles sentimentos (ou sentimentalidades) em sua vida, e como não os tinha (não do modo estridente que os romance geralmente carregam) deixou-se levar por um dos maiores cafajestes da literatura, o primo Basílio. Claro que existem diferenças de personalidade e condições sociais entre as duas moças, no entanto a leitura sem uma separação de princípios básicos do romance galante as influenciou semelhantemente a desilusões graves. Guardando as devidas proporções.

Falamos um pouco de personagens favoritos, e eu não podia deixar de destacar minha Isabella Thorpe e seu delicado irmão, John. Claro que Isabella tem uma forma espaçosa de obter a atenção de todos! É natural dela... Lembramos como a dama é excessivamente segura de sua beleza e inteligência, e acabou vencida justamente por esse desfreio de vaidade. Como eu já tinha feito na resenha que publiquei sobre A Abadia, chegamos a compara-la com Capitu, de Machado de Assis. O que é quase um crime, eu sei! Pois Isabella não chega nem aos pés, ou melhor aos cílios dos olhos de ressaca da melindrosa Capitu. Mas! Ela definitivamente está a caminho de ser sua aprendiz. Claro que muitos vão se ofender com isso, mas não me interprete mal, apesar dos erros toscos de Isabella, eu acredito piamente que ela um dia possa ser a meia-irmã de Capitu. Se fôssemos então começar a falar do lindo John Thorpe e todo o seu bom-senso acho que ficaríamos aqui até a próxima post... Mas, sinceramente, acho que ele não faz jus a uma vírgula sequer. Ele já se utilizou de várias no livro, muito mais do que merecia.

E para finalizar nosso maravilhoso encontro, demos uma passada no mosteiro de São Bento, que estava aberto, e nos imaginamos na Abadia de Northanger. Foi incrível! Lemos as mensagens em latim e tentando traduzi-las, de repente, nos achamos espalhadas no tempo e no espaço num piscar de olhos. Pudemos até supor assassinatos e crimes nas catacumbas e saletas escuras do misterioso mosteiro.

Bem, flores do jardim de Jane, quero dizer que estou demais de ansiosa para o nosso terceiro encontro, que será sobre o espetacular Persuasão, o qual a Dircilene será a preletora. Esse próximo encontro, deve acontecer no início de Maio. Por isso, vamos relendo o extraordinário Persuasão e até lá!

Foi um desmedido prazer repartir essas palavras com vocês. Como sempre!

Mia -^.^-

                                             Aqui Angeli já tinha ido


Ps: Sentimos muita falta de nossa Wandinha! No entanto, queremos que saiba, amiga, que durante todo o encontro você esteve em nossos corações!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Será que ela morreu?

Olá, pessoas lindas!

Por favor, me perdoem a extensa demora! Eu tive que dar uma passada nos picos do mundo para visitar amigos monges.... :P Brincadeira! Finalização de faculdade. Agora estou formada, meninos e meninas!!!
Sou uma jornalista bacharel mais louca do que o usual. Mas tudo bem, porque já dizia o ditado "De doutor e louca, todo mundo tem uma pouca!"

Quero que sabiam que estou muitíssimo feliz em poder voltar ao nosso cantinho Janeano, e que senti muitas saudades sim! Afinal, não é com todo mundo que podemos falar sobre Jane, não é verdade? Infelizmente.
E como já voltei empolgada, vou continuar na próxima postagem contando como foi o primeiro encontro do clube de leitura de Jane Austen! Depois o segundo encontro.

Que atraso....